Os Passadiços do Paiva

Inicio outubro no blog com o último passeio que fizemos em setembro.

Falo dos Passadiços do Paiva.

Já meio mundo os fez. E desse meio mundo, quase todo o mundo veio de lá fascinado. Pois eu ainda não os tinha percorrido. E depois de os percorrer, não vim de lá, em boa verdade, especialmente exultante.

Não me interpretem mal.

A arquitetura dos Passadiços é impressionante e merece, por si só, ser apreciada de perto. Os Passadiços foram concebidos de modo a interferir o mínimo possível na paisagem do vale do rio Paiva e, nesse sentido, progridem de modo sublime ao longo dos desiquilíbrios topográficos daquele terreno difícil. Compreendem escadarias tão vertiginosas quanto as escarpas rochosas e íngremes das margens do rio, pontos de descanso para que possamos recuperar o fôlego, miradouros panorâmicos para que nos sintamos melhor recompensados do esforço da escalada, e corredores de madeira, mais próximos do leito do rio, onde a vegetação é abundante e muito bonita. Gente que me lê, a obra coloca-nos, do princípio ao fim, no centro da paisagem do vale do Paiva e isso é soberbo.

O senão do passeio foi mesmo, quanto a mim, a paisagem. Embora não seja uma praticante consistente de trekking, tenho o privilégio de ter feito já muitos trilhos que me impressionaram ao ponto de eu ter sentido, entre o início e o fim do percurso, que alguma coisa tinha mudado em mim. Confesso que não foi aqui o caso.

Farei assim por regressar, porventura após o inverno, quando os danos dos incêndios forem menos visíveis e o curso da água do rio se encontrar mais abundante. Talvez aí, possa reescrever esta história.






E agora algumas dicas!

1. Evita os fins de semana e os feriados. Desfrutar de uma obra como esta requer espaço, não multidões.

2. O percurso pode ser iniciado no Areinho ou em Espiunca. O trajeto Areinho – Espiunca começa com uma subida enorme, de 540 degraus, mas a partir daí o desnível do percurso é descendente. Já agora, o percurso, linear, de um extremo ao outro, contabiliza 8 Km.

3. A melhor forma de chegar ao Areinho é de carro. Se evitares os dias de confusão, conseguirás com certeza estacionar o carro no parque que há mesmo junto à praia fluvial. Há outro parque, contudo, mais recente, bem acima da praia, que dista cerca de 15 minutos a pé da mesma.

4. Uma vez em Espiunca, há táxis que te trazem de novo à praia do Areinho. A corrida ronda os € 12,50.





5. Em ambos os extremos do percurso, Areinho e Espiunca, há bares.

6. Opta por um piquenique junto à praia fluvial do Vau. A praia surge imediatamente após a ponte de arame - uma das imagens de marca dos Passadiços mas que, curiosamente, nem é de travessia obrigatória.

7. A entrada nos Passadiços do Paiva é atualmente paga. Como a lotação está limitada a 3.500 pessoas por dia, é conveniente que adquiras previamente os ingressos. As admissões são controladas após a escadaria inicial, imediatamente antes da Cascata das Aguieiras.

8. Por fim, não acho sinceramente que esta seja uma atividade adequada para miúdos. Optei por não levar os meus, de 8 e 5 anos, e acho que tomei a melhor decisão. Considero que há outros programas mais apropriados para eles, dos quais vos darei um bom exemplo no próximo post!...




O S. no seu dia de aniversário!

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