À mesa...

Os meus filhos portam-se bem de um modo geral.

Até ao momento em que os chamo para a mesa.

Não sei que raio lhes dá mas uma vez sentados diante de uma mesa posta, ora têm vontade de ir à casa de banho, ora se ressentem de uma doença súbita que os faz perder a compostura ou o apetite. Se nada disto acontece, reclamam. Quanto à comida que é servida. Quanto à brincadeira que foi interrompida. Quanto à programação de desenhos animados que ficou em standby. Ou com a cadela. Que roubou e lhes mastiga o guardanapo.

São 10 minutos deste enredo, todos dias.

Mas não pensem que tudo é assim tão mau!

Nada disso.

Tipicamente a coisa compõe-se e a refeição acaba por desenrolar-se com normalidade. E então conversamos e contamos uns aos outros o dia que tivemos. Os miúdos riem e gesticulam de entusiasmo. E nós sorrimos também, respirando de alívio pela birra magistral que não aconteceu, orgulhosos da família que temos.

...

E é precisamente aí, quando este sentimento nos invade, que um dos copos de água se vira.

Encharcando-lhes por completo o prato.

Invariavelmente cheio.


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