Porto, mas sem ponto se faz favor

Faz hoje uma semana foi apresentada, com grande entusiasmo, a nova marca do Porto.

Porto. Ponto.
Porto. Quê?...
Porto. Ponto.
Porto. Ponto. Como?...

Pois não compreendo. Ponto.

A escola ensinou-me que a pontuação é importante. Porque introduz um sentido rítmico e melódico que auxilia a leitura do discurso escrito. Porque estabelece uma sequência lógica que facilita a sua compreensão. Porque, porque. Ponto.

(Saramago ensinou-nos o contrário, mas isso agora não interessa para o caso.)

Pois bem. O ponto final. Dizem os manuais que é usado no final de uma frase, quando se dá por completo o seu sentido. Lemo-lo infletindo a voz, fazendo uma pausa pronunciada. Criando espaço. Para o silêncio.

E é por isto que não compreendo. Ponto.

Lá diz o outro que o Porto somos nós. E nós, portuenses, com o nosso sentido (e sentir), não nos completamos na palavra Porto. Pensar de outro modo é, para além de redutor, bairrismo sobranceiro.

O Porto somos nós, com voz! E nós, portuenses, queremos um Porto com pontes, aberto, dialogante (e inclusivo). Um Porto que não silencia, nem se silencia.

Será que alguém me explica qual era exatamente a ideia. Ponto de interrogação.

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