(este é o conto infantil que escrevi em resposta ao desafio lançado pela escola da A. a propósito do dia internacional do livro infantil que se comemora no próximo dia 2. O único requisito era que a história envolvesse quatro personagens: a boneca Aurora, o Xico parafuso, o Manuel grilo e um pássaro armado em patife. Espero que se divirtam a lê-lo tanto quanto eu me diverti a escrevê-lo!...)
Havia vários dias que a boneca Aurora andava inconsolável. Da janela via as primeiras flores e os animais mais ansiosos com a ideia de encontrarem um namorado gentil. Já era primavera e o sol batia até mais tarde na vidraça como querendo aquecer-lhe o coração de trapos. Mas não havia consolo possível. Tinha procurado por todo o lado e não encontrara um amado que lhe servisse.
Ao Xico parafuso - que todos sabiam morrer de amores pela Aurora - faltavam-lhe as pernas. Pobre coitado, não saltava, andava ou corria, só sabia rodar sobre si próprio como uma bailarina a fazer um pivot. E se havia algo de que Aurora não gostava era de dançar. Punha-a tonta, além de que lhe desmanchava o penteado de caracóis…
Já ao Manuel grilo - também apaixonado pela boneca Aurora - sobravam-lhe as pernas. Tinha-as tão compridas que só não tropeçava mais vezes nelas porque a sua timidez o mantinha na toca. Além disso, tinha um apetite voraz por alfaces. Arghhh e logo verduras, coisa que a Aurora punha sempre de lado no prato…
Um certo dia apareceu no jardim um passarinho encantador. Tinha uma penugem brilhante, uma voz maravilhosa e cantava com muita afinação, noite e dia. E quanto mais ele cantava… mais a boneca Aurora por ele se apaixonava!
Os dias foram passando até que, numa bela tarde de sol, a Aurora abeirou-se à janela e perguntou ao pássaro cantor:
- Já viste o meu vestido florido? Faz um bonito franzido sobre as minhas pernocas…
Ao que o passarinho, um tanto empertigado como era aliás seu costume, lhe respondeu:
- Pernocas?!! E porque haveria eu de interessar-me pelas pernas de pano de uma boneca? Oh Aurora, até me fazes piar de riso, ainda se tivesses tu um par de asas!...
Moral da história:
Dá atenção a quem te quer bem,
e amanhã terás a atenção de quem tu bem queres!
Havia vários dias que a boneca Aurora andava inconsolável. Da janela via as primeiras flores e os animais mais ansiosos com a ideia de encontrarem um namorado gentil. Já era primavera e o sol batia até mais tarde na vidraça como querendo aquecer-lhe o coração de trapos. Mas não havia consolo possível. Tinha procurado por todo o lado e não encontrara um amado que lhe servisse.
Ao Xico parafuso - que todos sabiam morrer de amores pela Aurora - faltavam-lhe as pernas. Pobre coitado, não saltava, andava ou corria, só sabia rodar sobre si próprio como uma bailarina a fazer um pivot. E se havia algo de que Aurora não gostava era de dançar. Punha-a tonta, além de que lhe desmanchava o penteado de caracóis…
Já ao Manuel grilo - também apaixonado pela boneca Aurora - sobravam-lhe as pernas. Tinha-as tão compridas que só não tropeçava mais vezes nelas porque a sua timidez o mantinha na toca. Além disso, tinha um apetite voraz por alfaces. Arghhh e logo verduras, coisa que a Aurora punha sempre de lado no prato…
Um certo dia apareceu no jardim um passarinho encantador. Tinha uma penugem brilhante, uma voz maravilhosa e cantava com muita afinação, noite e dia. E quanto mais ele cantava… mais a boneca Aurora por ele se apaixonava!
Os dias foram passando até que, numa bela tarde de sol, a Aurora abeirou-se à janela e perguntou ao pássaro cantor:
- Já viste o meu vestido florido? Faz um bonito franzido sobre as minhas pernocas…
Ao que o passarinho, um tanto empertigado como era aliás seu costume, lhe respondeu:
- Pernocas?!! E porque haveria eu de interessar-me pelas pernas de pano de uma boneca? Oh Aurora, até me fazes piar de riso, ainda se tivesses tu um par de asas!...
Moral da história:
Dá atenção a quem te quer bem,
e amanhã terás a atenção de quem tu bem queres!
Ilustração de Marta Madureira, retirada do livro "Matilde Rosa Araújo: um olhar de menina", escrito por Adélia Carvalho e ilustrado por Marta Madureira. Editora Trinta por uma linha. Imagem via Illustopia.
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