(a 3 dias de fazer os 41)
Quando era criança íamos frequentemente à Galiza. De lá trazíamos chocolates e caramelos mas também latinhas de açafrão; mexilhões e espargos em conserva; o chocolate que me adoçava o leite; e ainda, quando o passeio corria de feição (e corria sempre!), as novidades da Famosa.
Eram tempos estranhíssimos: suspendíamos a marcha e a respiração no controlo fronteiriço, e tínhamos no bolso uma moeda cujo valor chegou a dobrar a moeda do país vizinho. Pela mesma altura ganhava força um movimento (que acabou por determinar a autonomia da Galiza e o reconhecimento do galego como língua co-oficial da região) que sobrepunha, a spray negro, o “x” galego ao “j” castelhano. Não havia placa toponímica que lhe passasse incólume.
Com a idade adulta multiplicaram-se as possibilidades de destino para os passeios e a Galiza acabou por ficar arrumada num canto da minha memória, na ponta noroeste da península.
Pois no último fim de semana, e tendo como pretexto o aniversário do S., voltámos a colocá-la no mapa das nossas opções!
Reencontrámos Santiago de Compostela, as gaitas de foles e os mariscos (de que aprendi a gostar em pequenina, nos verões gelados daquelas localidades costeiras), e ainda visitámos a Corunha.
Reecontrámos também a chuva e o frio que chegam com o outono.
Já é dele o tempo na Galiza.
...
Quando era criança íamos frequentemente à Galiza. De lá trazíamos chocolates e caramelos mas também latinhas de açafrão; mexilhões e espargos em conserva; o chocolate que me adoçava o leite; e ainda, quando o passeio corria de feição (e corria sempre!), as novidades da Famosa.
Eram tempos estranhíssimos: suspendíamos a marcha e a respiração no controlo fronteiriço, e tínhamos no bolso uma moeda cujo valor chegou a dobrar a moeda do país vizinho. Pela mesma altura ganhava força um movimento (que acabou por determinar a autonomia da Galiza e o reconhecimento do galego como língua co-oficial da região) que sobrepunha, a spray negro, o “x” galego ao “j” castelhano. Não havia placa toponímica que lhe passasse incólume.
Com a idade adulta multiplicaram-se as possibilidades de destino para os passeios e a Galiza acabou por ficar arrumada num canto da minha memória, na ponta noroeste da península.
Pois no último fim de semana, e tendo como pretexto o aniversário do S., voltámos a colocá-la no mapa das nossas opções!
Reencontrámos Santiago de Compostela, as gaitas de foles e os mariscos (de que aprendi a gostar em pequenina, nos verões gelados daquelas localidades costeiras), e ainda visitámos a Corunha.
Reecontrámos também a chuva e o frio que chegam com o outono.
Já é dele o tempo na Galiza.
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