Sou gémea

(hoje o post tem um tom intimista. Se estás sem paciência, tenta outro dia :)

Há sempre alguma coisa que nos define. Pode depender do contexto ou do momento, de quem temos pela frente e do que trazemos de trás, mas há sempre algo que nos define. E isso é uma fronteira. Uma linha invisível e fechada que nos posiciona num plano qualquer, nos circunscreve, e nos condiciona a geometria plena das ações.

Há definições que têm, porém, a capacidade de romper com estas fronteiras. 

É assim quando me digo filha ou me digo mãe. Passo a ser mais do que eu própria. As linhas abrem-se, encurtam-se e adquirem um sentido ou, no meu caso (feliz), dois sentidos até.

É também assim quando me digo gémea. Já não sou só eu. Sou eu a dobrar.

Soprei há dias 41 velas e no entanto somo 82 anos. Tive dois filhos, porém sinto-me mãe de cinco. Enriqueço com as experiências que não tive, aflijo-me com as preocupações que não tenho. Cresci sempre assim, de baixo para cima até aos 15 ou 16, e de dentro para fora, com ela, desde então. E por mais velas que apague e anos que conte, mais se reforça a certeza de que, se porventura alguma coisa fosse diferente, eu seria sempre menos eu. 

Parabéns Rita!

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