Há por aí gente

Há por aí gente que anda empenhada em querer ver-me crescida. E assim, após me terem contado que afinal o Pai Natal não existe, fizeram agora morrer o pobre do George Michael.

O meu ressentimento vai muito para além do legado musical que senhor deixa. O meu ressentimento encalha na alegria e espontaneidade que os Wham! trouxeram à minha infância, com os seus temas de refrão fácil e esquemas de dança simples, repetidos até à exaustão junto à televisão de lá de casa, que ainda assim já era a cores.

Devo-lhes o facto de hoje não saber frasear corretamente uma única letra dos seus populares temas. Memorizei-as pequena de mais, sem conhecer uma palavra de inglês.

Devo-lhes também o facto de ter aprendido desde cedo a estalar os dedos das mãos. Fazia-o ao ritmo da música, e nem precisava ser da deles.

Devo-lhes finalmente o facto de hoje não me restar uma dúvida sequer de que uma t-shirt de cor néon e umas luvas amarelas sem dedos são infinitamente mais divertidas (e esteticamente mais agradáveis!) do que um pescoço tatuado e umas orelhas com alargadores tribais.

OK?

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