Amanheço. Quando percebo que nem o reboliço do calhau preto sob os pés magros e nus lhes atenua a vontade de entrar no oceano morno. Quando os vejo mergulhar do pináculo da coragem, de um qualquer cais de mar.
Amanheço. Quando sinto que os meus ombros - até agora feitos bóias seguras na maré - estão mais leves dos seus abraços. Quando reconheço que, mesmo que a amplitude das suas braçadas não os leve (ainda) para longe, é de mar, descoberta, espuma e destino, a distância (que cresce à cadência dos meses de agosto) entre nós.
Amanheço.
Amanheço-me.
É de novo setembro.
É tempo de amanhecer.
É de novo setembro.
É tempo de amanhecer.
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